Crise de identidade fashion?

Você já deve ter percebido que toda hora aparece uma “aesthetic” ou “core” diferente

Por Carol Fernandes

Essas referências vêm do TikTok, que parece ser uma máquina de criar modinhas. Confesso que ando mais cansada do que empolgada com esse excesso de velocidade e de nomenclaturas.

A gente sabe que as tendências de moda existem e surgem a partir do comportamento humano, mas por mais que o mundo seja acelerado, nada acontece da noite pro dia. Então não dá pra esperar que todas as estéticas se consolidem e caiam em desuso num piscar de olhos. Isso não é sustentável.

Não sou contra as estéticas. Aliás, vez ou outra falamos delas por aqui e tudo bem. Sou contra a corrida contra o tempo e essa sensação de que nunca estaremos atualizadas o suficiente. Sou contra a moda pela moda sem fundamento, sem bandeiras e verdades.

E honestamente? Acho que todas essas trends martelando na nossa cabeça nos afastam de quem somos e nos colocam nas tais caixinhas que vivemos fugindo.

Lembro que quando surgiu a tendência da clean girl me perguntaram se eu ia continuar usando delineado gatinho. Eu respondi que sim, sem pensar. De fato continuei. Acho que essa ditadura velada “pode tudo e “não pode nada” traz muita confusão.

Agora, por exemplo, a moda é a calça de rica, o cabelo de rica. Tá, mas e se eu quiser inventar meu próprio jeito de parecer rica? Será que vou conseguir passar minha mensagem ou só consigo se estiver dentro daqueles parâmetros que alguém inventou?

Acho que está tudo bem se as estéticas surgem para a gente se divertir, mas acho muito ruim quando usar a trend do momento nos faz parecer uniformizadas. E no meio de tantos uniformes, atualmente nas minhas pesquisas, tenho encontrado cada vez mais cansaço e crises de identidade.

Insta models como Hailey Bieber e Sophia Richie se tornaram as grandes referências dessa geração que enche os olhos por qualquer trendzinha, mas até quando? Isso é bom? Ou será que é ruim mesmo?